MANHÃ DO DIA 2 DE ABRIL DE 2011
Nossa primeira manhã em Bonito foi dedicada às cavernas mais famosas da cidade: a Gruta Lago Azul e a Gruta São Miguel.
Uma visita à Gruta Lago azul é programa obrigatório em Bonito e como a Gruta São Miguel fica bem pertinho da primeira, vale a pena visita às duas no mesmo dia.
O receptivo da Gruta Lago Azul é bem simples e ao chegarmos no local já encontramos o nosso grupo aguardando sua vez para entrar.
Como todas as atrações da cidade, o número de pessoas ao mesmo tempo dentro da gruta é limitado e enquanto aguardávamos a liberação para entrar, recebemos nosso equipamento e um briefing inicial com instruções para o passeio.
Colocamos nosso equipamento de proteção (touca e capacete), nos besuntamos de protetor solar e repelente (principalmente nos tornozelos e canelas) e partimos para nossa visita. O uso de tênis é obrigatório.
Começamos aprendendo a diferença básica entre gruta e abismo: ambos são denominados cavernas, sendo que grutas são predominantemente horizontais e abismos são verticais.
Durante todo o passeio nós recebemos informações técnicas e curiosidades sobre o local. Os guias normalmente são muito divertidos e contam histórias engraçadas sobre a região. Do alto da gruta já podemos ver formações calcárias muito interessantes e ao longo da trilha para o lago azul, descemos a gruta recebendo informações sobre espeleotemas, estalactites, estalagmites e outros nomes esquisitos…
Toda a visita é realizada com um controle bem rigoroso da nossa interação com o ambiente: não é permitido tocar nas paredes e não se pode falar alto, em função do risco de se perturbar processos de formações calcárias que estão acontecendo a milhões de anos, pois um simples toque curioso pode interromper ou destruir tal processo.
É muito interessante ver como uma estalagmite se forma por exemplo… A gente podia ver goteiras caindo do alto da gruta sobre montinhos argilosos, dá pra ver que o material que vai se acumulando ali tende a se “empilhar” e em alguns milhões de anos esse empilhamento vai tomando uma forma mais pontuda e comprida, apontando pra cima e se transformando nas estalagmites.
Varias delas tem formatos curiosos e ficam famosas, virando piada recorrente entre os grupos de turistas e com ajuda da imaginação, o guia ia conduzindo o passeio apontando estas célebres esculturas da natureza, que tinham formas que eram atribuídas a temas variados, desde imagens religiosas, até a formatos de genitálias masculinas…
Chegando ao ponto mais baixo da gruta, a visão é realmente impressionante. O Lago azul que dá nome a Gruta é dotado de uma cor vibrante de tom quase sobrenatural…
Aliás, todo o clima do passeio é meio místico. O som da nossa voz ecoando dentro da caverna, que naquele silêncio amplifica o barulho de cada gota que cai por cima de nossas cabeças, as cores e formas inusitadas e até o ar carregado de uma umidade extrema… Tudo isso nos da uma sensação de estar em um lugar especial.
Não dá pra ver até onde vai o Lago, que continua por baixo da caverna, e sua profundidade total e extensão são desconhecidos. No passado, antes do turismo se desenvolver na região e de adotarmos essa postura ecologicamente correta e sustentável, a população local acessava o lago livremente e segundo guia, banhos no lago regados a churrasquinho na gruta eram práticas comuns…
Devia ser divertido, mas felizmente a cidade conseguiu desenvolver bem essa cultura de preservação e hoje podemos desfrutar deste paraíso ecológico com a certeza de que as gerações futuras também terão o mesmo privilégio.
Partimos então para a Gruta São Miguel, que fica no caminho de volta. O receptivo é muito maior e mais confortável e a estrutura é bem melhor do que a da Gruta Lago Azul, apesar de a primeira ser infinitamente mais bonita.
Ficamos um tempinho aguardando a liberação para entrar na Gruta, esperando o grupo que estava lá dentro voltar. Enquanto isso tiramos algumas fotos da propriedade e visitamos a lojinha estrategicamente posicionada.
O receptivo também conta com exibição de vídeos e distribuição de folhetos informativos. Mais tarde fomos apresentados a nosso guia e partimos em um pequeno grupo.
A trilha para a Gruta é bem interessante e é realizada em uma ponte suspensa na primeira parte, sendo possível observar a floresta de cima. Do alto da plataforma temos também uma vista privilegiada para toda a propriedade…
Já dentro da Gruta nos deparamos com uma caverna bem maior do que a Gruta Lago Azul, com uma variedade mais intensa de espeleotemas e formações calcárias de todo o tipo. O impacto visual não é tão grande quanto o do Lago Azul, mas o passeio também é interessante…
Depois de uma verdadeira overdose de espeleotemas e uma aula de geologia, terminamos nosso passeio descendo a trilha de volta para o receptivo a bordo de um carrinho elétrico, que pra dar um pouquinho de emoção ao passeio, desceu as ladeiras em ritmo alucinado, poupando mais uma caminhada e dando um toque de novidade ao passeio.
Na sequência voltamos para a cidade para o almoço e nos preparamos para o passeio do turno da tarde, que seria a Flutuação no Rio Sucuri.
PROGRAME-SE:
Gruta do Lago Azul
Distância: 20km
Preço: R$45 (BT) / R$60 (AT)
Duração: 3 horasGrutas de São Miguel
Distância: 16km
Preço: R$36
Duração: 2 horasAmbas são proibidas para menores de 5 anos e pessoas com problemas de saúde. Essencial levar tênis e repelente.
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