DIA 22 DE ABRIL DE 2012
Em um dia de domingo nós conhecemos uma das atrações mais inusitadas e intrigantes de Istambul, a Cisterna de Yerebatan. Leia nosso novo post e saiba como foi nossa visita a Cisterna da Basílica e conheça com a gente um pouco do Museu Arqueológico de Istambul. Saiba também porque o Parque Gülhane numa tarde de domingo é ainda mais legal, quando podemos interagir com as famílias locais…
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Começamos nosso dia com uma das atrações de Istambul que eu mais queria conhecer, a Cisterna da Basílica de Santa Sophia, também conhecida como Cisterna de Yerebatan (Yerebatan Sarayi, em turco).
De volta a Sultanahmet, a entrada fica numa pequena praça, ao lado esquerdo de quem olha para a Basílica de Santa Sofia, do outro lado da rua principal, onde fica uma pequena construção com um acesso de descida para uma escadaria que leva ao subterrâneo da Basílica.
A cisterna é uma das atrações mais inusitadas da cidade e talvez por isso seja uma das que mais encanta os turistas….
Ela foi construída no século VI d.C. para atender a demanda crescente do palácio e após a conquista de Constantinopla ficou oculta dos otomanos por um século, sem que eles soubessem de sua existência.
Até que um dia eles começaram a perceber que os camponeses estavam aparecendo com baldes d’água e até peixes, retirados dos porões de suas casas. Foi então que a cisterna se revelou novamente ao mundo!
Se você nunca ouviu falar, pode estar se perguntando: Mas o que tem de tão especial numa cisterna?
Só estando lá para entender!!!
Pra ilustrar um pouco do que vimos por lá, posso dizer que a construção é gigantesca, com 336 colunas romanas de 8 metros de altura, área em torno de 10.000 metros quadrados e capacidade de 30 milhões de litros d’água. A visita é feita através de escadas e passarelas suspensas de madeira, que conduzem o visitante a um local escuro, sobre o espelho d’água em um ambiente com um clima misterioso…
O reflexo das luzes indiretas tremeluzindo sobre as águas, o eco dos sussurros dos visitantes e do gotejamento sobre as águas da cisterna e uma música erudita, meio esotérica, completam o tom fantasmagórico e místico do lugar. Até o ar úmido e o friozinho parecido com o de uma caverna ajudam a manter a áurea de santuário…
São centenas de colunas romanas, que dizem serem oriundas de antigos templos. Em duas delas um detalhe meio bizarro chama atenção: as bases são ornamentadas com cabeças de medusa. Uma de cabeça pra baixo e outra de lado…
Obviamente, muitas lendas surgiram em torno destas peças bizarras e dizem que elas tinham a função de espantar maus espíritos. Mas a verdade é que a origem e a razão de ser destas medusas são desconhecidas e o mais provável é que sejam sobras de outras obras. Da forma como estão dispostas, parece mesmo que as cabeças de medusa foram usadas negligentemente como mais um bloco de pedra, servindo de fundação.
Mas tudo isso contribui para aumentar ainda mais o clima misterioso do lugar…
A entrada fica no endereço 13 Yerebatan Cad. Para estrangeiros o ingresso custa 20 TL e ela fica aberta diariamente no horário de 8:30h as 16h de outubro a abril e de 9h as 17:30h no resto do ano. Mais informações no site oficial da Cisterna de Yerebatan.
Como a saída fica bem em frente a Praça Sultanahmet, aproveitamos pra ficar mais um pouquinho por lá, apesar de termos passado por ali milhões de vezes.
Saindo de lá fomos almoçar num restaurante pequeno, sem muita frescura e decidimos comer mais um prato típico. Escolhemos um prato que é cozido em um recipiente de barro fechado, numa fogueira sobre a mesa… Depois de pronto, o garçom dava um golpe habilidoso na tampa, que se partia e caía no chão se quebrando em mil pedacinhos, revelando uma espécie de picadinho.
O serviço é um show a parte, mas a carne estava bem gostosa… comemos acompanhado de um vinho turco, que também me surpreendeu.
O garçom, que também parecia ser o dono do local, era uma figuraça (pra variar). Ele ficava servindo a gente e espiando uma televisão no meio do salão, super apreensivo, vendo um jogo de futebol de segunda divisão do campeonato turco. Durante o almoço ele confessou que tinha apostado boa parte do seu salário naquele jogo e a julgar pelo nervosismo dele, o resultado não devia estar nada bom pras finanças dele…
Saindo de lá seguimos para o Museu Arqueológico de Istambul.
Ele fica bem pertinho do Parque Gülhane, na região conhecida como Serralho. Trata-se do maior complexo de museus da Turquia e sua coleção se dedica principalmente à arte e cultura das civilizações antigas que povoaram as regiões em torno do Império Otomano.
O complexo possui três museus: o Museu Arqueológico, o Museu de Antiguidades Orientais e o Museu do Quiosque Esmaltado.
O acervo abrange 5 mil anos de história e é impossível ver tudo em uma só visita. Então, uma boa dica que recebemos foi: se tiver pouco tempo, não deixe de conhecer os sarcófagos da metrópole real de Sídon (no atual Líbano).
Um dos pontos altos desta ala é o Sarcófago de Alexandre, que tem esse nome porque mostra em seu relevo a vitória de Alexandre, o Grande sobre os persas. Na verdade o túmulo de mármore, que é datado do século IV a.C., foi construído para o Rei Abdalônimo de Sídon.
O museu é interessante, mas se você já conhece outros grandes museus da Europa como o British Museum, Museu do Vaticano ou o Museu do Louvre, talvez a visita não te impressione muito. Mas se você admira a história da Turquia, do Império Otomano e Bizantino e as culturas islâmicas de forma geral, a visita vale a pena.
Eu curti bastante a arquitetura do local, como sempre…
Programa-se: O museu fecha as segunda-feiras e nos demais dias fica aberto de 9h as 19h com venda do último ingresso as 18h. O ingresso custa 15 TL. Maiores informações sobre horários de visita, endereço e formas de se chegar no museu podem ser encontradas no site oficial do Museu (em inglês).
Circulamos um pouco pelo museu, mas como o clima estava muito agradável e era uma tarde de domingo, reparamos um movimento muito grande no Parque Gülhane, ali pertinho, e resolvemos partir pra lá mais uma vez.
Se na primeira vez que visitamos o parque ficamos encantados com as tulipas e aproveitamos um parque vazio pra curtir o visual e relaxar, nesta segunda vez a situação era bem diferente… Centenas de famílias turcas aproveitaram o dia de sol para passar um tarde no parque e o ambiente estava realmente muito legal.
Ficamos horas ali caminhando e observando a vida e as pessoas…
Turistas e famílias locais se misturavam e era muito interessante observar como as pessoas interagiam. Mulheres de burca completa, apenas com os olhinhos de fora, jogando vôlei numa rodinha no parque, junto com outras meninas que usavam apenas um lenço na cabeça ou nada… pra gente parece um grande sacrifício, mas pra elas a burca não parecia atrapalhar tanto.
As mulheres pegando sol de burca preta, os homens turcos andando de braço dado uns com os outros, as crianças brincando no parque, fazendo piquenique e se debruçando sobre a estátua de Atatürk, que estava com o colo gasto e amarelado. Ficamos um bom tempo observando as pequenas cenas do cotidiano e relaxando, tentando recuperar as energias neste décimo segundo dia de viagem…
Depois fizemos uma parada final para um chá da tarde no restaurante The Han, que tinha uma decoração bem típica e tinha uma área para fumar narguilhé. O pessoal pagava um valor fixo e ficava sentado numa mesa em volta de um narguilhé gigante e jogando gamão. Eu detesto fumo, mas o narguilhé tinha um aroma de anis muito gostoso que não incomodava a gente…
Tomamos um chá na famigerada canequinha de vidro que queima a ponta dos dedos e comemos uma deliciosa sobremesa turca, chamada Künefe.
Depois voltamos pro hotel e nos preparamos para sair a noite, pois neste dia tínhamos programado um show de dança do ventre e danças típicas turcas na casa de shows Hodjapasha.
Não perca nosso próximo post e saiba como é o espetáculo!
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