Você sabia que ali no meio da movimentada Rua São Clemente está a primeira Casa-Museu do Brasil?
Entre um roteiro e outro, vou começar a postar algumas dicas sobre programas turísticos aqui no Rio de Janeiro, sempre que possível fugindo do óbvio roteiro “Corcovado/Pão-de-açúcar/Copacabana”. A idéia é compartilhar dicas e sugestões tanto com a galera daqui da cidade, quanto com os visitantes de fora que querem uma visão menos guia-turístico-sobre-jipe-aberto-com-chapéu-camuflado.
Acho que dicas sobre o Corcovado temos aos montes por aí, né?
Já que é pra falar de turismo em casa, vou começar “reciclando” uma postagem de nossa página do facebook, onde falei sobre um de meus vizinhos mais ilustres: O museu da Casa de Rui Barbosa, no bairro de Botafogo.
Numa das ruas mais movimentadas da cidade, no coração de Botafogo, a Casa de Rui Barbosa ainda é desconhecida de muitos cariocas. Assim como eu, que conheci o museu apenas em 2014, a maioria dos cariocas passa por ali sem se dar conta da História por trás daquele casarão, que parece ser apenas mais um dos antigos casarões que encontramos no bairro.
Primeira Casa-Museu do país, ela merece mais do que uma espiada pelo lado de fora…
Rui Barbosa é baiano de nascimento, mas adotou a cidade do Rio de Janeiro como lar em 1879, ao ser eleito para a Assembléia Legislativa da Corte Imperial. Se destacou como orador, jurista, político, diplomata e (ufa!) jornalista defensor das liberdades civis.
Foi presidente da Academia Brasileira de Letras e em 1907, representou o Brasil na Segunda Conferência Internacional da Paz em Haia e, já no final de sua vida, foi eleito Juiz daquela Corte Internacional.
Segundo informações do site oficial da Fundação Casa de Rui Barbosa: a casa em que viveu de 1895 a 1923, ano de sua morte, foi adquirida em 1924, com todo o seu acervo pelo governo brasileiro. Desde 1930, é o Museu Casa de Rui Barbosa, que conserva os móveis e objetos da família, a biblioteca de Rui e sua extensa produção intelectual, reunida em arquivos.
A visita ao interior da casa é feita em pequenos grupos, que são acompanhados de um guia. Durante a visita podemos conhecer o interior da casa e todos os seus aposentos que conservam objetos, mobílias, livros, textos, aposentos decorados e a já mencionada biblioteca pessoal da família, todos muito bem conservados, mostrando um pouco como era viver nesta magnífica mansão no final do século XIX.
Com arquitetura em estilo neoclássico a casa fica no meio de um grande jardim, que é um oásis de tranquilidade no meio do caos de Botafogo. Muitos moradores locais frequentam o jardim, cuja entrada é gratuita, para fugir um pouco da loucura daquela região de Botafogo… Vimos muita gente caminhando, lendo, passeando com seus cachorrinhos ou simplesmente descansando e contemplando a paisagem.
Rui Barbosa gostava de cultivar novas espécies em seu jardim, que foi mantido mais ou menos como era quando Rui estava vivo. Entre as árvores plantadas por ele temos a lichia, jambeiros, mangueiras, abieiros, um pé de fruta-pão, e a velha pitangueira.
A história de vida de Rui Barbosa influenciou o desenvolvimento do próprio bairro, que era um dos bairros residenciais preferidos da aristocracia carioca na época.
Tudo isto está retratado no museu e apresentado em fotos e painéis explicativos em um coreto no meio do jardim e nas cocheiras.
As antigas cocheiras foram transformadas em um local de exposição com uma pequena e interessante coleção de carros e coches do final do século XIX.
O museu abre de terça a domingo e nos domingos a entrada é totalmente gratuita. A diferença é que aos domingos os guias de áudio não ficam disponíveis e a visita é feita de maneira mais ou menos independente, com um guia apenas acompanhando os visitantes para preservação do patrimônio do museu. Eles tem guarda-volume para deixarmos nossos pertences antes da visita.
Mais informações em http://www.casaruibarbosa.gov.br/
Quando estiver passando por ali, que tal dar uma paradinha para visitar um de seus vizinhos mais ilustres? As portas estão abertas!
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