DIA 19 DE ABRIL DE 2014
Em nosso primeiro dia na Chapada dos Veadeiros, optamos por trilhas mais tranquilas e conhecemos o Vale da Lua e a Morada do Sol, que também dá acesso para o Vale das Andorinhas e outros… O primeiro dia nos presenteou com imagens belíssimas, mas também reservou um momento desagradável, quando testemunhamos um acidente fatal no Rio São Miguel, por causa da superfície traiçoeira e irregular das rochas do Vale da Lua.
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Chapada dos Veadeiros e Brasília: Roteiro de 6 dias pelas maravilhas do cerrado
VALE DA LUA
Depois da viagem de chegada com uma parada em Brasília, acordamos bem cedo no sábado para nosso primeiro dia de aventuras pela Chapada dos Veadeiros.
Para começar os trabalhos optamos por caminhadas mais leves, com trilhas mais curtas, por isso nossa primeira opção foi o Vale da Lua.
O atrativo fica a aproximadamente 11km da Vila de São Jorge pela estrada principal da Chapada (GO-239) e no lado direito de quem vem da Vila de São Jorge entra-se por uma estradinha vicinal, ladeada por grandes árvores, por onde ainda percorremos cerca de 3km até o receptivo.
Antes de entrar no Vale da Lua, que é uma propriedade particular, existe um pequeno receptivo onde podemos comprar água mineral, água de coco e ter acesso a banheiros.
Para entrar, pagamos a moeda padrão da Chapada dos Veadeiros: apenas R$10,00.
Não são necessários guias, pois a trilha é bem leve, com vegetação aberta e caminho muito fácil.
Ao entrar assinamos um termo de responsabilidade e ouvimos instruções rápidas como: usar calçados fechados próprios para caminhadas, evitar o uso de sandálias, usar protetor solar, chapéu e não ultrapassar os limites estabelecidos pela cordão de segurança instalado na região das cachoeiras.
Fora estas instruções básicas, o passeio é feito de forma totalmente independente, sem muita intervenção da administração. O máximo que vemos por lá é um funcionário que fica observando e fazendo um trabalho de “inspetor”. Mas mesmo em um mega-feriadão como aquele que a gente estava, eu vi apenas uns 2 ou talvez 3 carinhas pra tomar conta de todo mundo…
O lugar é mesmo lindíssimo, como vocês vão ver nas fotos a seguir, mas a estrutura turística não chega ao pés daquilo que vimos em Bonito, então temos que ter muito cuidado! Com esta estrutura de segurança precária eles não conseguiram evitar um tragédia para uma família que estava lá curtindo o feriado que nem a gente… Conto mais detalhes no final do relato.
O caminho até o Rio São Miguel oferece vistas sensacionais da Chapada dos Veadeiros e o horizonte já pode ser considerado uma atração a parte… Depois de uma caminhada leve a trilha leva até a Piscina 1, que apesar do visual interessante, ainda não é muito boa para banho.
Aqui já dá pra ver as rochas esculpidas pelo Rio São Miguel e o aspecto de superfície lunar que deixou o Vale tão famoso. Saindo da trilha até o rio, temos que caminhar com muito cuidado, pois as rochas são muito irregulares e escorregadias. Optamos por não para para banho nesta primeira piscina e continuamos a caminhada.
As outras duas piscinas ficam no mesmo caminho, uma bem pertinho da outra. Dá pra ir seguindo pelas margens do Rio São Miguel, observando o caminho sinuoso que segue serpenteando pelas rochas.
Na segunda piscina fizemos a primeira parada para banho em um poção onde já tinha um montão de gente aproveitando as águas fresquinhas do rio… A água não é muito quente nem muito gelada e o banho é bem gostoso. Difícil é encontrar um lugar tranquilo pra ficar, porque estava cheio pra burro!
Depois descemos e ficamos um bom tempo na Piscina 3, que é a melhor de todas para banho, pois o poção é mais largo e mais fundo, com pequenas quedas d’água. Ficamos ali um bom tempo contemplando a paisagem e curtindo o banho na água fresca do Rio…
Enquanto eu tomava uma ducha em uma das pequenas quedas d’água, um funcionário me chamou e pediu que eu me retirasse, pois eles estavam evacuando o local… Segundo ele, tinha acabado de acontecer um acidente e todos deveriam evacuar o local para facilitar o regaste.
Imaginem a comoção… Durante todo o feriado não se falava em outra coisa na cidade.
Mais tarde ficamos sabendo que um rapaz, que estava usando sandálias, escorregou nas pedras, caiu e sumiu dentro do rio. O Vale da Lua ficou interditado por vários dias para o resgate e até onde sei, não abriu mais durante aquele feriado. Infelizmente o rapaz faleceu e não sei ao certo se o corpo foi encontrado.
Então um conselho muito importante é: use calçados adequados e não subestime o Rio. A superfície irregular das rochas é muito traiçoeira e escorregadia. Ao longo de todo o rio existem poços muito profundos esculpidos nas rochas e a força da água é muito grande, sobretudo na época de cheia.
Não paramos para questionar muito naquela hora e fomos embora rapidamente. Na hora a gente não tinha muita noção do que tinha acontecido, então aproveitamos para sair o mais rápido possível, evitando um possível tumulto na saída.
MORADA DO SOL
Retornando para a Vila de São Jorge, pegamos novamente a estrada principal no sentido oposto, em direção a Colinas do Sul. São aproximadamente 6km pela estrada principal, onde paramos em frente ao portão de uma fazenda, que abre para uma estradinha de terra onde seguimos por mais 1km. Depois de pagarmos R$10 pela entrada temos acesso às Hidromassagens, Morada do Sol, Vale das Andorinhas e Barra das Douradas.
Em termos de segurança, a situação ali é ainda mais precária do que o Vale da Lua, porque além da pessoa que recolhe o dinheiro na entrada, não tinha mais ninguém acompanhamento os visitantes, nem ninguém vigiando a turistada lá na cachoeira. É cada um por si…
Uma trilha super leve e plana leva até a entrada da Morada do Sol, perto da bifurcação para o Vale das Andorinhas, que visitamos mais tarde.
A única parte um pouco mais chata era uma descidinha que dá acesso a cachoeira, onde temos que descer segurando numas cordas, pisando em degraus de madeira e pedras até o nível mais baixo.
Eu achei tranquilo, mas em dia de chuva deve ser bem escorregadio.
Ali paramos por um bom tempo, porque o lugar era muito agradável, com uma sombrinha e um poção para banho muito bacana. Para banho, a Morada do Sol é muito melhor do que o Vale da Lua, além de mais vazio e tranquilo. Obviamente, o visual não é tão impressionante, mas vale a pena parar para uma boa relaxada.
O Rio é o mesmo do Vale da Lua, o Rio São Miguel, que aqui chega muito menos revolto em um piscinão tranquilo. O nome “Morada do Sol” é meio irônico, porque lá temos muita sombra e água fresca…
Depois da piscina, o Rio São Miguel segue seu curso passando por um grande Cânion no Vale das Andorinhas, que depois descemos para conhecer. Mas ali depois da piscina já dava pra sentir o rio ganhando força…
Seguindo pedacinho bem curto de trilha chegamos em uma outra bifurcação, onde tivemos que escolher entre o Vale das Andorinhas e a Barra das Douradas.
Meio perdidos, sem nenhum tipo de orientação, guia ou mapa, seguimos nossos instintos e escolhemos o Vale das Andorinhas, só pelo nome mesmo…
Ali vimos um grande Cânion, mas não conseguimos enxergar muita coisa e a trilha estava meio esquisita. Então vimos o cânion ali de cima mesmo e voltamos para o caminho principal… como a fome já estava apertando, desistimos de visitar a Barra das Douradas e resolvemos retornar para a cidade.
Chegamos na Vila de São Jorge depois das 15h e fomos almoçar. Depois aproveitamos para conhecer melhor a Vila e ficamos um bom tempo curtindo a estrutura da Pousada, a piscina e a vista para o vale e o pôr do sol.
Mais tarde eu conto mais detalhes com posts sobre “Onde comer” e “Opções de Hospedagem” na Vila de São Jorge. Aguardem novidades!
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